Lembra da realidade virtual (RV)? Aquela experiência imersiva com headsets volumosos? Pois é, em 2025 ela parece ter perdido o brilho para os Óculos Inteligentes. Segundo dados da própria Meta, a divisão Reality Labs registrou queda na receita, passando de US$ 440 milhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 412 milhões no mesmo período de 2025. A queda é atribuída diretamente à redução nas vendas do Meta Quest, seu principal headset.
Enquanto isso, a demanda por óculos inteligentes Ray-Ban Meta AI não para de crescer. De acordo com a CFO da Meta, Susan Li, a receita com o produto triplicou ano a ano, compensando parte da queda dos headsets VR. O recado do mercado é claro: os consumidores estão escolhendo dispositivos mais leves, práticos e conectados à vida real.
Por que a realidade virtual perdeu o fôlego?
Apesar dos avanços em design e performance, os headsets de RV ainda enfrentam desafios importantes. Seu uso prolongado provoca desconforto físico, fadiga ocular, pressão na cabeça e na pele e sua aplicação prática fica restrita a nichos específicos, como jogos e experiências imersivas limitadas. A promessa dos mundos virtuais incríveis ainda não se traduz em conforto ou usabilidade diária, afastando muitos consumidores.
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Os óculos da Meta conquistam justamente pelo oposto: a simplicidade. O Ray-Ban Meta AI, oferece uma combinação eficiente de funcionalidades essenciais, como áudio Bluetooth, assistente de voz com inteligência artificial, câmeras discretas e design leve. Eles não entregam uma imersão completa, mas garantem usabilidade real, conforto e utilidade no dia a dia, tornando-se uma opção mais atraente para o público geral.

Esse equilíbrio entre usabilidade e conforto se mostra mais atraente do que a promessa grandiosa da realidade virtual. Afinal, é melhor ter menos funções em um formato confortável do que um pacote completo em um dispositivo pesado e invasivo. Além disso, a possibilidade de usar os óculos em atividades reais, desde ligações até registros fotográficos, reforça sua utilidade cotidiana.
O futuro segundo a Apple e a Meta com a Realidade Aumentada (AR) e a Realidade Estendida (XR)
A mudança na estratégica das gigantes da tecnologia Apple e Meta mostra o foco dessas empresas no desenvolvimento da realidade aumentada (AR) e realidade estendida (XR). Essas tecnologias prometem experiências imersivas mais confortáveis e integradas ao mundo real, superando limitações dos headsets VR tradicionais com limitações já comentadas. Com parcerias de marcas renomadas e avanços tecnológicos, os óculos inteligentes devem ganhar funcionalidades ainda mais sofisticadas, transformando a forma como interagimos com o ambiente digital.
Esta mudança não é apenas uma percepção de mercado. Tim Cook e Mark Zuckerberg têm deixado claro que a prioridade agora é a realidade aumentada (AR) e a realidade estendida (XR), que prometem experiências imersivas, adaptadas às rotinas dos usuários e sem o desconforto dos headsets VR tradicionais.

Enquanto a realidade virtual tenta encontrar espaço fora do nicho gamer, os óculos inteligentes seguem um caminho para uma adoção em massa, abrindo portas para futuras versões com telas integradas e funcionalidades mais avançadas.
O que esperar para os próximos anos?
Se você é fã da realidade virtual, talvez precise esperar mais alguns anos para ver essa tecnologia alcançar todo o seu potencial. Por outro lado, se acredita nos óculos inteligentes, o futuro já começou. As tendências apontam para uma integração de AR nos óculos inteligentes, tornando-os mais poderosos e interativos; adoção de mais parcerias entre big techs e marcas de moda, como o caso da Meta com a Ray-Ban; a adoção de óculos inteligentes no dia a dia, para comunicação, produtividade e entretenimento; e a queda gradual do entusiasmo em volta dos headsets VR, até que novos formatos mais leves e confortáveis surjam.
A realidade virtual não desapareceu, mas perdeu seu protagonismo diante da conveniência e do conforto dos óculos inteligentes. Em 2025, o mercado mostra que menos pode ser mais e os consumidores preferem dispositivos que se encaixem naturalmente em suas rotinas, mesmo que entreguem funcionalidades menos completas. A tecnologia avança, mas o sucesso está na experiência que ela proporciona, e nesse quesito, os óculos inteligentes estão saindo na frente.