Sandisk e SK Hynix propõem nova arquitetura de memória Flash para IA com potencial de superar o HBM

A nova geração de memória híbrida para IA que combina alta densidade, eficiência energética e desempenho inspirado no HBM

SanDisk

A indústria da tecnologia acaba de presenciar um movimento estratégico que pode mudar a forma que os modelos de inteligência artificial (IA) acessam e processam dados em larga escala. A Sandisk e a SK Hynix assinaram um memorando de entendimento (MoU) para desenvolver e padronizar o High Bandwidth Flash (HBF), uma tecnologia que combina a persistência e alta densidade da memória flash NAND com a arquitetura empilhada e de alta largura de banda do HBM (High Bandwidth Memory).

NAND Memória
Imagem: Divulgação/ SanDisk, 2025.

O HBM já é a base em GPUs e processadores avançados por oferecer largura de banda extrema, baixa latência e consumo otimizado. A inovação do HBF é incorporar parte dessas vantagens ao universo do flash NAND, criando uma solução híbrida que promete alta capacidade com eficiência energética.

O HBF substitui parcialmente a DRAM tradicional usada no HBM por memória NAND, resultando em um aumento de capacidade de 8 a 16 vezes, mantendo largura de banda próxima à do HBM puro. Embora a latência seja ligeiramente maior, a troca compensa em cenários que exigem escalabilidade sem aumento proporcional no consumo de energia. Outro ponto chave é a não volatilidade da NAND. Os dados permanecem mesmo sem alimentação elétrica, algo fundamental para data centers dedicados á IA que operam em ambientes com limitações energéticas e térmicas. Essa abordagem ganha ainda mais relevância na borda da rede (edge), onde a eficiência é prioridade.

O protótipo da Sandisk

No Flash Memory Summit 2025, a Sandisk mostrou um protótipo promissor de HBF. Ele foi construído com a tecnologia BiCS NAND, que é um tipo de memória flash empilhada verticalmente para maximizar densidade e desempenho. Além disso, usa a arquitetura CBA (Circuit Bonding Architecture), que permite uma integração física compacta, possibilitando que o HBF ocupe espaços antes exclusivos para o HBM tradicional. Essa junção de tecnologias mostra que o HBF não é apenas uma ideia, mas uma solução concreta, pronta para enfrentar os desafios das próximas gerações de data centers e dispositivos na borda da rede.

HBM Vs HBF
Imagem: Divulgação/ SanDisk, 2025.

O HBF não surge por acaso, ele segue uma tendência do setor em buscar memórias mais versáteis para IA. O projeto já recebeu prêmios e criou um conselho consultivo técnico para definir padrões e estratégias abertas. A previsão é que amostras cheguem ao mercado em 2026 e que os primeiros produtos comerciais apareçam em 2027. Fabricantes como Nvidia podem adotar a tecnologia rapidamente, aproveitando a parceria histórica com a SK Hynix.

A presença de nomes como Raja Koduri no conselho do HBF indica ambições direto no design de chips para IA. Paralelamente, concorrentes como a Samsung trabalham em soluções próprias, como o PBSSD e o futuro HBM4. O High Bandwidth Flash não é apenas mais um avanço incremental, ele sinaliza uma mudança de paradigma. Ao unir a alta largura de banda do HBM com a persistência e densidade do NAND, o HBF cria um novo tipo de memória capaz de reduzir custos, economizar energia e viabilizar aplicações antes limitadas pela disponibilidade da DRAM.

Se a padronização for bem sucedida, a tecnologia poderá se tornar onipresente em data centers, GPUs e dispositivos de borda, abrindo caminho para modelos de linguagem cada vez maiores e mais eficientes. Mais do que atender à demanda atual, o HBF poderá moldar a infraestrutura da IA para a próxima década, onde capacidade, eficiência e escalabilidade serão tão valiosas quanto o próprio poder de processamento.

Com a crescente demanda por modelos de Inteligência Artificial que exigem mais memória, o HBF oferece uma alternativa escalável e mais econômica para ampliar a memória de sistemas de inferência de IA, sem depender exclusivamente de soluções caras e energicamente intensivas como a DRAM pura. Ele é especialmente útil em contextos onde há limitações térmicas e energéticas como data centers verdes ou dispositivos de inferência na borda da rede (edge).

Abaixo está uma tabela comparativa com o HBM, DRAM (DDR) e o novo HBF (High Bandwidth Flash), destacando suas principais características:

CaracterísticaHBMDRAM (DDR)HBF (High Bandwidth Flash)
Largura de bandaMuito altaModeradaAlta (similar ao HBM em algumas aplicações)
Consumo energéticoMais eficiente por bitMais altoMuito eficiente, especialmente em cargas de inferência
Forma físicaEmpilhamento 3D com TSVChips laterais (2D)Empilhamento 3D com NAND + arquitetura CBA
PersistênciaVolátilVolátilNão volátil (mantém dados sem energia)
CapacidadeLimitada (até centenas de GB)Limitada (escala com custo)Muito alta (8–16× mais que HBM no mesmo espaço físico)
CustoAltoMais acessívelMais baixo que HBM por GB, mas ainda em validação
LatênciaMuito baixaBaixaModerada (maior que DRAM, menor que SSD tradicional)
Uso principalIA, HPC, GPUs premiumPCs, servidores comunsInferência de IA, edge computing, data centers eficientes
Foto de Rodrigo dos Anjos

Rodrigo dos Anjos

Rodrigo é formado em Ciências da Computação com Especialização em Segurança da Informação. Amante declarado da tecnologia, dedica-se não apenas a acompanhar as tendências do setor, mas também a compreender, aplicar, proteger e explorar soluções que unam inovação, segurança e eficiência.

Conteúdo elaborado e revisado pela redação do ClicaTech.  Pode conter tradução com auxílio de Inteligência Artificial.

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