O lançamento do ChatGPT-5 foi um dos eventos mais comentados de 2025. O novo modelo da OpenAI chegou com a promessa de transformar o modo como interagirmos com a ferramenta. Apesar de muitas expectativas, a recepção dividida entre os usuários mostra que ainda há um caminho por percorrer para que a atualização conquiste plenamente o público.

Ao contrário da transição do GPT-3 para o GPT-4, que foi marcada por mudanças drásticas, o salto para o GPT-5 traz melhorias mais sutis, porém significativas. A OpenAI buscou criar um modelo mais confiável, multimodal e com memória expandida, capaz de unir raciocínio e criatividade em uma única experiência.
Principais melhorias do ChatGPT-5
O novo modelo recebeu 5.000 horas de teste de segurança com a promessa de reduzir erros e as chamadas “alucinações”. Entre os avanços da nova versão, alguns chamam mais atenção:
Modelo unificado:
Não é mais necessário alternar entre modos de raciocínio e criatividade. O GPT-5 foi projetado para oferecer um desempenho equilibrado, tornando-se um assistente único que entende tanto tarefas técnicas quanto criativas.
Melhor raciocínio:
Problemas complexos de lógica, cálculos de múltiplas etapas e análises profundas agora são tratados com mais precisão , reduzindo erros que antes frustravam os usuários.
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Multimodalidade completa
O GPT-5 finalmente integra texto, imagens, voz, e até vídeo em um só modelo. Isso significa que será possível pedir, por exemplo, um resumo de uma reunião, gerar imagens explicativas e até criar vídeos curtos dentro da mesma conversa.
Memória expandida:
O grande diferencial é a possibilidade de trabalhar com até 1 milhão de tokens de contexto. Na prática, isso significa que o GPT pode acompanhar projetos longos, lembrar detalhes de conversas anteriores e até analisar documentos extensos sem perder a coerência.
Agentes de IA mais inteligentes:
A nova versão não se limita a responder perguntas. Ele é capaz de agir como um agente autônomo, planejando viagens, reservando hotéis ou até montando itinerários de forma independente, sem exigir o gerenciamento do usuário.
Diferentes níveis de velocidade:
Agora há três opções (Completo, Mini e Nano) com ajustes de verbosidade e esforço de raciocínio para que cada usuário escolha o equilíbrio entre o desempenho, o custo e a rapidez.
Impacto para os usuários
As mudanças podem parecer técnicas, mas fazem diferença no uso cotidiano. Imagine pedir ao ChatGPT para planejar suas férias. Em vez de apenas listar os itinerários do destino, voos e transportes, também sugere restaurantes, faz reservas e entrega um itinerário pronto. Isso transforma a IA em algo mais próximo de um assistente pessoal.
Outro ponto importante é a fluidez nas conversas. Graças à memória ampliada, o GPT-5 evita os esquecimentos comuns do GPT-4, o que melhora a experiência em projetos de longo prazo. Além disso, a promessa de reduzir erros factuais significa menos tempo gasto conferindo informações e mais tempo aproveitando os resultados.
A parte polêmica: mudanças na personalidade
Apesar das inovações, a OpenAI enfrentou uma onda de críticas logo após o lançamento. Muitos usuários consideraram o GPT-5 pouco amigável em comparação ao GPT-4, modelo anterior que havia conquistado justamente por ser mais próximo e amigável.
Em resposta, a empresa ajustou a personalidade do GPT-5, tornando-o mais acessível. Pequenos toques como expressões naturais “boa pergunta” ou “ótimo começo”, foram adicionados, mas sem exagero.
Ainda assim, a reação foi mista. Alguns usuários reclamaram que não queriam um chabot tentando soar humano, mas sim uma máquina eficiente e objetiva. Outros sentiram falta do estilo “simpático” e próximo do GPT4.
A repercussão do lançamento deixou claro a divisão. Usuários do Reddit relataram frustração, principalmente aqueles que criaram um vínculo emocional com versões anteriores. Houve até quem dissesse que perdeu “seu único amigo”. com a mudança do GPT-4 para o GPT-5, mostrando o peso emocional que a IA está exercendo na vida de muitas pessoas.
Do outro lado, alguns testadores apontaram que, mesmo com as promessas da OpenAI, o modelo ainda apresenta falhas, como dificuldade em seguir instruções básicas e tendências ao inventar informações. Para muitos, o GPT-4 continua sendo confiável.
Diante da pressão, a OpenAI recuou e reinstalou modelos anteriores, como o GPT-4, GPT-4.1, o4-mini e o o3, mas apenas para assinantes Plus e Pro. A empresa afirma que seu perfil no X que: o modelo está se tornando “mais acolhedor e amigável” com base em feedbacks de que ele parecia muito formal antes. As mudanças são sutis, mas o ChatGPT deve parecer mais acessível agora. Você notará pequenos toques genuínos como “Boa pergunta” ou “Ótimo começo”, sem bajulação. Testes internos não mostram aumento na bajulação em comparação com a personalidade anterior do GPT-5. As mudanças podem levar até um dia para serem implementadas. Mais atualizações em breve.
We’re making GPT-5 warmer and friendlier based on feedback that it felt too formal before. Changes are subtle, but ChatGPT should feel more approachable now.
— OpenAI (@OpenAI) August 15, 2025
You'll notice small, genuine touches like “Good question” or “Great start,” not flattery. Internal tests show no rise in…
Dilema da OpenAI
O que realmente está em jogo é a tentativa de equilibrar duas demandas opostas:
- Usuários que querem uma IA objetiva, rápida e sem floreios.
- Usuários que preferem uma interação mais humana, quase como conversar com um amigo.
O desafio da empresa é encontrar o ponto certo, sem perder a simplicidade para quem busca eficiência e sem deixar de lado a personalidade para quem valoriza um tom mais próximo.
A grande questão é se o modelo GPT-5 vai amadurecer o suficiente para substituir de vez o GPT4, ou se ambos precisarão coexistir. O caminho deve incluir mais personalização, permitindo que cada usuário configure a experiência de acordo com as suas preferências.
O ChatGPT-5 é, sem dúvidas, um marco na evolução da IA. Ele traz avanços técnicos importantes, como a multimodalidade, a memória expandida e a unificação de modelos. No entanto, a recepção inicial mostra que a tecnologia sozinha não basta: a experiência do usuário é tão crucial quanto a capacidade da IA.
Seja como for, um assistente de produtividade ou, para alguns, como “um companheiro de conversas”, o futuro do GPT5 dependerá da capacidade da OpenAI de ouvir a sua comunidade e ajustar o modelo de acordo com as necessidades reais. Até lá, o que parece certo é que estamos apenas no começo de uma nova fase onde a IA deixa de ser uma curiosidade e passa a se tonar uma ferramenta ou um assistente produtivo no hábito diário das pessoas.