Os lançamentos da Apple costumam provocar um misto de entusiasmo e expectativas elevadas, afinal, são aparelhos premium com preço elevado. Mas logo nos primeiros dias de uso, começaram a surgir relatos preocupantes sobre o iPhone 17 Pro. Falhas no software da câmera, arranhões, instabilidades de rede e outras situações parecem destoar da reputação e robustez da marca. Ao mesmo tempo, o novo modelo iPhone Air é apresentado como uma alternativa mais leve, mais fino, mais elegante, mas como você verá mais adiante, nem tudo é perfeito.
Vamos mergulhar nos problemas que têm sido denunciados, como o famoso Scratchgate, o defeito do quadrado preto na câmera, a mudança de material e as críticas ao iPhone Air. Vamos desvendar o que pode estar por trás das supostas falhas e dar orientações práticas para quem já comprou ou pensa em comprar um desses aparelhos.
O problema do “quadrado preto” nas fotos
Alguns usuários e sites de tecnologia notaram que, sob certas condições de iluminação, especialmente com luzes de LED intensas incidindo diretamente sobre a lente, o processamento da imagem do iPhone Pro exibe um retângulo escuro ou “quadrado preto” na fotografia. Isso é um artefato que não deveria aparecer em uma câmera de smartphone de alto nível.
A Apple reconheceu que esse defeito existe em casos muito raros, especialmente quando uma luz de LED brilha demais e incide diretamente no sensor da câmera. Ela declarou que uma correção será liberada em uma futura atualização de software, sem informar uma data específica para isso.
Esse tipo de falha geralmente tem origem no software de processamento de imagem do iPhone, também conhecido como ISP (Image Signal Processing). Quando a câmera captura uma foto (cores, luz, contraste) em um ambiente de iluminação extrema, esse processo pode falhar e gerar elementos estranhos. O sensor não entrega a imagem pronta. Ele registra luz em cada pixel, gerando dados brutos que precisam ser interpretados e processados pelo software para criar a fotografia final, com as cores corretas, contraste, nitidez e exposição equilibrada. Quando a câmera captura a foto em um ambiente com iluminação extrema, esse processo supostamente falha e gera elementos estranhos.
No caso das luzes de LED muito intensas, ocorre um fenômeno chamado “saturação do sensor”. Isso significa que certos pixels recebem luz em excesso e o sensor não consegue medir corretamente a intensidade de luz. Para corrigir, o processador de imagem tenta compensar com algoritmos que ajustam localmente a exposição, o brilho e o contraste. Esse algoritmos usam técnicas complexas de HDR (High Dynamic Range) e mapeamento de tons para equilibrar áreas claras e escuras da foto.
O problema acontece quando essas compensações automáticas encontram uma luz pontual estremamente intensa em um ângulo específico, criando um conflito interno no algoritmo. O software tenta preencher ou corrigir os pixels saturados, mas em alguns casos, gera um artefato visual, o famoso quadrado preto. Ele não é resultado da lente ou do sensor, mas sim do erro de interprtetação do software durante o processamento da imagem.
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Por isso a Apple afirma que a solução virá por meio da atualização de software. Os engenheiros vão ajustar os algoritmos de processamento para que o ISP reconheça essas situações extremas e assim evite gerar os tais artefatos. Tecnicamente isso envolve alterar os limites de saturação, aprimorar a detecção de luzes pontuais e melhorar a interpolação de pixels em áreas muito iluminadas. Fique atento nas atualizações, pois as correções vindouras poderão aliviar ou resolver esses problemas.
O “scratchgate” do iPhone 17 Pro: riscos visíveis
O termo scratchgate foi cunhado para descrever uma falha estética do iPhone 17 Pro. Há relatos de que o aparelho risca com facilidade, deixando marcas visíveis, especialmente nas bordas do módulo da câmera traseira. Algo inimaginável para um dispositivo desta categoria.

Reclamações não vieram apenas de usuários comuns. Segundo Mark Gurman, analista da Bloomberg, unidades do iPhone 17 Pro de demonstração nas lojas já mostravam arranhões. Os relatos são mais frequentes nas versões de cor mais escura (Deep Blue) e o iPhone Air (Space Black).
Can't believe the iPhone 17 Pro demo units in stores are already scratched up. Didn't take long at all. 🤔 pic.twitter.com/0qxSD25lit
— Safari✈️ (@update4weekly) September 18, 2025
Do ponto de vista técnico, dois fatores podem combinar para gerar esse problema:
1- Material substituído:
A Apple optou por usar alumínio anodizado em partes do iPhone 17 Pro, ao invés de manter versões anteriores com titânio ou ligas resistentes. Embora o alumínio ajude na dissipação de calor e permita designs mais finos, ele é mais suscetível a arranhões quando comparado ao titânio. Teste já indicavam qua o titânio tem resistência um pouco superior em escalas como Rockwell, em compração a algumas ligas de alumínio. Essa troca foi feita para equilibrar desempenho térmico, peso e estética.
2- Projeto com bordas afiadas e revestimento anodizado e fino
O módulo da câmera, onde está o sensor e lentes traseiras, tem bordas muito afiadas e cortes acentuados. O revestimento anodizado, que é camada protetora aplicada ao alumínio, tem dificuldade em aderir bem a essas bordas finas. Quando os objetos como moedas, chaves ou até contatos com superfícies são feitos, essa região tende a perder parte da camada protetora e apresentar o alumínio bruto por baixo, resultando nos riscos relatados. Em outras regiões estas marcas são facilmente removíveis, pois o material traseiro do iPhone é feito de vidro Ceramic Shield 2, o que torna o material resistente.
O canal JerryRigEverything famoso pelos testes rigorosos em smartphones, demosntrou isso: o aparelho resistia bem em vários testes, inclusive da tela, na parte de trás, mas as bordas do módulo de câmera se mostram vulneráveis ao atrito.


Além disso, a Apple afirmou que alguns dos riscos seriam causados por suportes MagSafe ou sujeira acumulada, argumentando que eles poderiam ser removidos com a limpeza. Porém, muitos usuários ainda afirmam que os riscos persistem.
Outros problemas relatados: conectividade, instabilidade e bugs de software
Além dos relatos visuais do iPhone 17 Pro, há reclamações sobre falhas nas redes, quedas de chamadas e instabilidade na conexão com o Wi-Fi. Alguns usuários afirmam que o aparelho alterna entre 4G e 5G sem motivo aparente ou que a conexão cai aleatoriamente. Também há queixas de problemas de integração ao CarPlay e perda de desempenho quando o iPhone está bloqueado.
Esses tipos de falhas sugerem que o problema pode estar no software, ou na forma como o hardware interage com o software, e não necessariamente são falhas físicas. De fato, algumas pessoas afirmam que as versões beta do iOS 26 trouxeram melhorias em alguns casos.
A Apple já liberou, em paralelo ao iOS 26, uma atualização para a versão iOS 18.7, voltada a modelos mais antigos que não suportam o iOS 26 ou usuários que preferem aguardar as correções. A ideia é manter a segurança, mesmo sem os novos recursos visuais do “Liquid Glass”. A empresa tem enfatizado que os usuários devem instalar essas atualizações para proteger seus aparelhos.
Como proteger o seu iPhone 17 Pro dos riscos
Mesmo diante das garantias da Apple, é importante adotar alguns cuidados para preservar a estética do seu iPhone. As recomendações são práticas e até óbvias:
- Use uma capa protetora de qualidade, que tenha bordas reforçadas ao redor do módulo de câmera. Apesar da Apple dispensar o uso de capas, isso ajuda a evitar o atrito direto com superfícies e objetos.
- Evite carregar o celular no mesmo bolso que as chaves, moedas ou objetos metálicos que possam ter contato contra as bordas.
- Faça uma limpeza regular com um pano de microfibra macio e seco caso tenha alguma marca na parte traseira.
- Evite colocar o telefone em superfícies ásperas ou arrastar contra superfícies quando estiver sobre a mesa, por exemplo.
- Caso identifique riscos muito visíveis logo nos primeiros dias de uso, registre imagens e, se possível, entre em contato com o suporte oficial da Apple para documentar o problema.
Mesmo com essas precauções, vale lembrar: o “scratchgate” pode ser uma falha de projeto intrínseca na forma em que o material foi empregado nas bordas do módulo de câmeras. Essas medidas apenas ajudam a minimizar os danos, não a eliminá-los completamente.
Situações passadas e o posicionamento da Apple
O iPhone 17 Pro não é o primeiro a sofrer com críticas, a Apple já enfrentou crises similares no passado. O Antennagate (falha no sinal do iPhone 4) ou o Bendgate (iPhone 6 que entortava), eram polêmicas e afetaram a imagem da marca, o que levou a adoção de procedimentos de reparo ou troca.
Até o momento, a Apple respondeu às críticas sobre os riscos externos alegando que muitos dos riscos seriam resíduos de materiais de suportes ou sujeira acumulada, removíveis com uma limpeza. Também defendeu que as unidades de demonstração, manuseadas por centenas de pessoas, são casos excepcionais e extremos que não refletem o uso normal do aparelho. No entanto, o coincidência de relatos semelhantes em regiões diferentes, sugere que pode haver algo consistente por trás desse ruído, e não apenas situações isoladas.
O histórico mostra que se o problema ganhar repercussão suficiente, a Apple pode lançar uma atualização corretiva, ou até ajustar materiais nos lotes posteriores. Por enquanto, quem planeja comprar um iPhone 17 Pro deve tomar cuidados extras.