A Apple está discretamente desenvolvendo um mecanismo de respostas próprio baseado em inteligência artificial. A iniciativa, revelada por Mark Gurman, da Bloomberg, é conduzida por uma equipe interna chamada Answers, Knowledge, and Information (Respostas, Conhecimento e Informação). O objetivo é criar uma tecnologia capaz de responder a perguntas com base em informações coletadas na web, semelhante ao ChatGPT, mas com total integração ao ecossistema Apple.
O projeto vai além do Apple Intelligence anunciado na WWDC 2025. A ideia é que a tecnologia seja incorporada não só a novos recursos, mas também a serviços consolidados como Siri, Safari e os demais aplicativos nativos da maçã. Assim, a Apple busca reduzir a dependência de soluções de terceiros, como a atual parceria com a OpenAI, e assumir total controle sobre a camada de inteligência artificial de seus dispositivos.
Embora a Siri já esteja recebendo recursos do ChatGPT na versão iOS 18, a criação de um mecanismo de respostas próprio abre espaço para uma evolução significativa. A assistente poderá oferecer respostas mais precisas, contextuais e proativas, aproveitando dados em tempo real da web, mas mantendo a filosofia da empresa de priorizar a privacidade e a integração nativa.
O Safari também pode ser impactado. A empresa pode adotar um assistente integrado na barra de busca, capaz de resumir conteúdos, responder perguntas diretamente e até sugerir ações dentro do navegador. Além disso, aplicativos como Notas, Mensagens e Mail poderiam receber funcionalidades de redação, organização e busca avançada com suporte de IA.
Segundo Gurman, a equipe Answers pretende criar uma solução capaz de competir com mecanismos de busca tradicionais e modelos generativos, mas com a vantagem de não depender de players como o Google, especialmente em um momento em que o acordo bilionário entre as empresas, que mantém o Google como buscador padrão do Safari, pode estar ameaçado após a recente derrota do Google em um processo antitruste nos EUA.
Foco em privacidade e processamento local
O grande diferencial do projeto pode estar na abordagem da privacidade. A Maçã tem investido em modelos de IA que funcionam diretamente no dispositivo, garantindo maior segurança e velocidade de resposta. Essa arquitetura reduz a necessidade de enviar dados para servidores externos, o que pode atrair usuários preocupados com a proteção das informações.
O Apple Intelligence, que chega com o iOS 18 e o macOS Sequoia, já é um passo nessa direção. O novo mecanismo de respostas, porém, ainda está em fase inicial e não tem data de lançamento confirmada. As expectativas são de que as novidades sejam anunciadas entre o final de 2025 e 2026.
Embora a Apple não tenha confirmado oficialmente os detalhes, a movimentação indica que a empresa está disposta a competir diretamente no segmento de IA generativa. Se bem-sucedida, a solução poderá redefinir a experiência de uso de dispositivos da marca, tornando a Siri e outros serviços muito mais inteligentes e autônomos.
Se bem-sucedida, essa iniciativa pode transformar radicalmente a forma como interagimos com dispositivos da Maçã no dia a dia. A Siri, muitas vezes criticada por ficar atrás da concorrência, poderá ganhar inteligência contextual muito mais avançada, respondendo a perguntas complexas com agilidade e precisão, sem abrir mão da privacidade que é marca registrada da empresa. Além disso, serviços como o Safari e aplicativos nativos poderão oferecer uma experiência de uso mais intuitiva, eficiente e personalizada, ampliando o alcance da inteligência artificial no cotidiano do usuário.
Embora a Apple ainda não tenha confirmado oficialmente os detalhes do projeto, as movimentações internas deixam claro que a empresa está investindo pesado para entrar de forma sólida no mercado de inteligência artificial generativa. O desenvolvimento do mecanismo próprio de respostas mostra que a Apple quer ter controle total sobre essa tecnologia, priorizando uma integração nativa, fluida e, acima de tudo, segura dentro do seu ecossistema.