Durante décadas, a imagem clássica de um PC desktop envolvia um gabinete robusto, cheio de ventoinhas, cabos e posicionado debaixo da mesa. Mas esse cenário está mudando rapidamente. Com os avanços tecnológicos, novos formatos de computadores estão ganhando espaço, e o tradicional desktop está se transformando em algo muito diferente.
De acordo com especialistas do podcast The Full Nerd da PCWorld, o futuro do PC desktop provavelmente será mais compacto, mais eficiente e mais centrado nas necessidades específicas dos usuários. Mas isso não significa que o desktop tradicional irá desaparecer, ele apenas deixará de ser o padrão.
Os mini PCs representam uma das maiores transformações na forma como enxergamos os computadores pessoais. Produtos como o Intel NUC (Next Unit of Computing) demonstram que é possível ter desempenho robusto em um formato extremamente compacto, muitas vezes com menos da metade do tamanho de um gabinete convencional.
Esses dispositivos são ideais para quem busca uma solução mais discreta, silenciosa e de baixo consumo energético. Para usuários básicos e mesmo entusiastas com foco em homelabs (servidores domésticos para testes, mídia e automação), os mini PCs oferecem excelente custo-benefício.
Além disso, o avanço das CPUs e APUs modernas, com gráficos integrados mais poderosos, permite que esses pequenos computadores executem tarefas que antes exigiriam hardware dedicado, como edição de vídeo leve, desenvolvimento e multitarefas intensas.

Imagem: Reprodução/Clicatech
O desktop clássico pode estar perdendo espaço
Sim, mas não completamente.
Ainda há mercado para os gabinetes ATX e as torres tradicionais, especialmente entre gamers e profissionais que precisam de placas gráficas poderosas, resfriamento customizado e múltiplas unidades de armazenamento. No entanto, essa fatia está se tornando mais nichada.
Segundo os especialistas da PCWorld, o que consideramos um “desktop” tradicional está se tornando um tipo específico de PC, e não mais o padrão. A maioria dos usuários, aqueles que usam o computador para tarefas cotidianas, como navegação, estudos ou produtividade básica, não precisa de uma torre gigantesca com múltiplos ventiladores. Um mini‑PC é mais do que suficiente.
Outro fator que acelera essa mudança é o custo. Com o encarecimento de componentes de entrada, montar um desktop tradicional se tornou mais caro e menos acessível para o consumidor médio. Ao mesmo tempo, os fabricantes vêm otimizando a produção de mini‑PCs, tornando-os mais baratos e mais atrativos.
Além disso, a tendência de usar PCs “tudo em um” ou montagens VESA (com o mini‑PC fixado atrás do monitor) responde a uma necessidade estética crescente com setups minimalistas, sem fios visíveis, design limpo e organizado.

Imagem: Reprodução/Clicatech
O futuro dos sistemas operacionais
Durante o podcast, também se discutiu o papel do sistema operacional no futuro dos desktops. O Linux, embora ainda tenha dificuldades de adoção em massa, continua a ser uma alternativa sólida, especialmente entre usuários avançados, desenvolvedores e defensores do software livre. Distros como Ubuntu, Pop!_OS e Fedora têm melhorado bastante em usabilidade.
O Windows 11, por outro lado, continua sendo o padrão dominante, mas o fim do suporte ao Windows 10 (a partir de 2025) está obrigando muitos usuários a repensarem suas opções. A imposição de requisitos como TPM 2.0, por exemplo, deixa máquinas mais antigas de fora, o que pode forçar upgrades ou migração para outros sistemas.
O fim do padrão ATX está redefinindo o futuro do PC
O formato ATX, padrão há décadas para placas-mãe e gabinetes, também foi alvo de críticas no podcast. Segundo os especialistas, ele permanece não por ser o mais eficiente, mas por inércia da indústria. Muitos consideram o ATX um legado obsoleto que impede inovações de design mais compactas e práticas.
Apesar disso, algumas empresas já estão adotando formatos menores, como ITX e Micro‑ATX, em modelos com alta performance, mostrando que é possível fugir do padrão tradicional sem sacrificar potência.
O futuro do PC está mais diverso do que nunca. As torres gigantes ainda existirão, mas provavelmente serão minoria. Mini‑PCs, soluções compactas e até dispositivos baseados em ARM (como Chromeboxes ou Raspberry Pi) ocuparão o espaço do desktop básico.

Imagem: Reprodução/Clicatech
O que esperar para os próximos anos?
- Mini‑PCs como padrão no uso doméstico.
- Desktops clássicos restritos a nichos específicos como gamers e criadores de conteúdo.
- Adoção maior de formatos alternativos e sistemas operacionais como o Linux.
- Enfoque em modularidade e eficiência energética.
O desktop, como o conhecemos, não vai morrer, ele está apenas evoluindo. E essa evolução parece promissora, tanto para entusiastas quanto para usuários comuns.