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O avanço da Tecnologia militar Chinesa e o alerta do Pentágono: de caças furtivos a Drones-mãe

Desfile militar da China destaca veículos subaquáticos AJX-002 e HSU-100, drones furtivos GJ-11 e aeronaves modulares, enquanto o relatório do CNAS alerta para o impacto dos enxames de drones e da automação na redefinição da guerra moderna e da defesa global

Tecnologia militar Chinesa

A Tecnologia militar Chinesa surpreendeu o mundo ao se apresentar no início deste mês em um desfile militar ampla gama de sistemas não tripulado. O grande destaque ficou por conta de um drone submarino gigante AJX-002, classificado como um veículo subaquático extragrande não tripulado (XLUUV).

Com até 20 metros de comprimento, esse Drone submarino é projetado para realizar missões de vigilância, reconhecimento e patrulha de longo alcance, e há quem diga que as versões avançadas poderão até carregar ogivas nucleares. Medindo cerca de 18-20 metros de comprimento e entre 1 e 1,5 metros de diâmetro, tem o formato similar a de um torpedo, com propulsão por por-pump-jet (que reduz ruído), quatro olhais de içamento indicando o uso de guindaste para implantação e possibilidade de seccionar o casco para transporte.

O “pumpjet” é um sistema se propulsão subaquática que funciona de forma diferente das hélices convencionais. Ele envolve uma hélice interna dentro de um tubo, bombeando a água para trás para gerar movimento. Esse método é mais silecionso do que as hélices tradicionais, o que torna o drone submarino mais difícil as detecção por sonares inimigos.

Os ‘Olhais de içamento” são estruturas metálicas presas ao casco do drone que servem como pontos de fixação para cordas ou cabos de guindaste. No caso do AJX-002, os quatro olhais sugerem que o drone é colocado na água usando guindaste, provavelmente em navios ou docas, já que é muito grande para ser lançado manualmente.

O caso do drone pode ser dividido em partes ou módulos. Isso facilita o transporte, pois um veículo de 20 metros é muito grande para ser movido inteiro em caminhões, trens ou navios menores. Seccionar o casco permite transportar o drone em pedaços e montá-los no local da operação.

Em resumo, o AJX-002 é silencioso, grande, precisa de equipamentos especiais para ser colocado na água e foi projetado para ser modular, facilitando o transporte e a logística.

Tecnologia militar chinesa

Já o HSU-100, aproximadamente do mesmo comprimento do AJX-002, mas de diâmetro substancialmente maior, possui sonar proeminente (flank array sonar), que é um sistema de sensores acústicos instalados ao longo das laterais do casco do drone submarino. O flank array cobre uma área muito maior, permitindo detectar embarcações, obstáculos ou minas a distâncias mais longas e em ângulos diferentes.

Drone da China
Drone subaquático HSU-100 (Imagem: Greg Baker/AFP)

Essa tecnologia aumenta a captação de sons provenientes tanto da frente quanto dos flancos, reduzindo pontos cegos. Além disso, o fato de o HSU possuir esse tipo de sonar em formato proeminente indica que o equipamento é de grande porte e voltado para missões de patrulha persistente, vigilância estratégica e coleta de inteligência subaquática o que reforça o seu papel como parte da estratégia chinesa de dominar o oceano. Ele também possui abertura frontal (aperture) no nariz e mastros de sensores de comunicação que podem se erguer a partir de escotilhas superiores. A China parece liderar em escala e variedade nesse domínio subaquático.

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No ar, o centro das atenções foi uma aeronave não tripulada de ataque e reconhecimento movida a jato, um enorme “drone mãe”, e equipada com oito pontos de ancoragem externos para transportar mísseis e bombas. Além disso, o modelo conta com um módulo de missão substituível capaz de carregar diferentes tipos de drones menores, tornando um recurso versátil. Essa característica amplia o alcance estratégico da aeronave e reforça sua capacidade de operar em cenários de alta complexidade.

China apresenta o Drone mãe dos drones
China apresenta o Drone mãe dos drones (Imagem: Jetank/Reuters)

Segundo o especialista militar Chinês, Du Wenlong, em entrevista á CNN, a inovação leva o conceito de porta aviões dos mares para os céus, permitindo que a aeronave libere drones no ar em pleno combate, destacando um multiplicador de capacidades como uma inovação. Essa abordagem cria novas possibilidades táticas para vigilância, reconhecimento e ofensivas coordenadas e consolidando a China como a protagonista no avanço da tecnologia militar com drones.

A proposta é funcionar como porta aviões aéreos, permitindo operações distribuídas de sensores e armamento, com drones menores podendo realizar reconhecimentos, ataques de precisão ou agir como alvos falsos. Este modelo tático amplia a flexibilidade e complica a defesa do adversário. Essa é uma estratégia que também levanta questões sobre contramedidas, comando e controle, e os desafios éticos e legais da automação em zonas de conflito. Wenlong também destaca como a integração da inteligência artificial e a modularidade podem redefinir a guerra aérea no futuro.

Já o drone de ataque furtivo GJ-11, também chamado de “fiel escudeiro”. Com formato de asa voadora e baias internas para armamentos, é capaz de voar ao lado de caças tripulados, ampliando o alcance das missões e reduzindo o risco para pilotos. Essa função já vem sendo testada por outras potências militares, mas a versão chinesa reforça a aposta em operações conjuntas entre máquinas autônomas e aeronaves tradicionais.

China apresenta o drone de ataque furtivo GJ-11

Especialistas, como Michael Raska, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em entrevista à BBC, afirma que a China está aprendendo lições diretas da guerra na Ucrânia, onde drones lançados em massa desgastaram os sistemas de defesa tradicionais. Já Alexander Neill, do fórum do Pacífico, alerta que a vantagem militar do futuro estará na rapidez das decisões: com inteligência artificial (IA), a cadeia de destruição poderá ser acelerada a ponto de decisões ocorrerem em nanossegundos o que garante uma vantagem em batalhas rápidas.

Enquanto muitos países ainda hesitam em integrar a IA nos sistemas de ataque, a China avança sem reservas. A estratégia é clara: não apenas expandir, mas substituir estruturas militares convencionais por tecnologias não tripuladas e inteligentes. isso representa um divisor na guerra moderna, onde submarinos gigantes, drones furtivos e robôs militares deixam de ser experimentos e se consolidam como peças centrais no tabuleiro geopolítico.

Do berço da manufatura ao topo da inovação: como a China se desenvolveu nos últimos anos

Por décadas os Estados Unidos dominaram uma realidade que aparecia imutável: a supremacia militar. A força aérea, a Marinha e os mísseis de precisão dos americanos eram, para a maioria das nações, uma vantagem inalcansável. O poder de atingir alvos com precisão, sem colocar tropas em risco, era a sua estratégia. Mas o cenário de batalha mudou de forma drástica e silenciosa. Segundo um relatório recente do Center for a New American Security (CNAS), as forças armadas americanas estão em posição de vulnerabilidade.

A experiência do Oriente Médio já serve como um alerta. Episódios em que navios da Marinha americana usaram mísseis caríssimos para abater drones que custavam uma fração do valor mostram que essa estratégia simplesmente não é sustentável em um conflito de longa duração. A conta não fecha.

Por um tempo, a China era vista como o “chão de fábrica” do mundo. Um lugar para produzir em massa, com mão de obra barata, mas sem a capacidade de inovar de verdade. Produzia produtos como espécies de cópia de baixa qualidade do ocidente. Essa percepção, no entanto, é tão antiga quanto um disquete. A China de hoje é um motor de inovação e tendências tecnológicas, e em nenhum lugar isso é mais visível do que na indústria de drones. A história de como o país se tornou o centro mundial de produção desses pequenos veículos aéreos não tripulados é um caso de estudo sobre a visão estratégica, o planejamento de longo prazo e, claro, muito investimento

O primeiro passo dessa jornada começou lá atrás, nas décadas de 1990 e 2000. Enquanto o ocidente ainda se recuperava das crises e transferia sua produção para o leste, a China se concentrava em construir uma base industrial sólida e competitiva. Eles não apenas aceitavam os investimentos estrangeiros, mas também aprendiam com eles, absorvendo o conhecimento e a tecnologia de fabricação. Foi essa estrutura, com uma mão de obra abundante e uma cadeia de suprimentos eficiente e completa, que se tornou uma fundação para o que viria a ser o boom dos drones.

A estratégia por trás da tecnologia militar chinesa

A jornada da China no desenvolvimento tecnológico no mundo dos drones não foi um golpe de sorte. Foi uma mistura de planejamento e execução que poderia ser ensinada em qualquer escola de negócios. O primeiro passo foi o incentivo estatal e o financiamento. O governo viu o futuro e colocou dinheiro onde a visão estava, apoiando startups e incentivando pesquisas em Universidades. Isso criou uma base sólida de conhecimentos e captais para que as empresas pudessem decolar.

Depois veio o pilar da produção em massa e da cadeia de suprimentos. Ser a “fábrica do mundo” deu à China uma vantagem de custo brutal. Eles podiam produzir Drones de alta qualidade a um preço que a concorrência não conseguia igualar. Esse volume, por sua vez, fortaleceu a cadeia de suprimentos, tornando a China ainda mais eficiente e barata.

Outro fator importante foi o foco na inovação. A China não se contentou em ser apenas produtora. O governo e as empresas investiram pesadamente em pesquisa para criar drones mais eficientes e versáteis. Isso incluiu uma regulamentação flexível que, ao contrário de outros países, permitiu que a indústria florescesse sem ter que enfrentar excesso da burocracia.

Não podemos esquecer do capital humano e da educação. As Universidades chinesas formaram uma nova geração de especialistas em tecnologia de drones, além, é claro, de engenheiros, garantindo que a mão de obra estivesse sempre à altura da indústria. E, claro, o vasto mercado interno serviu de “campo de teste”, permitindo que as empresas chinesas estabelecessem uma base sólida antes de se expandirem para o resto do mundo.

Empresas como a DJI, que é um exemplo de estudo de caso, não só se expandiram globalmente como também dominaram o mercado através de parcerias estratégicas, um marketing e branding impecáveis e a capacidade de se adaptar rapidamente à novas tendências. Essa agilidade, somada à integração vertical, onde a empresa produz até os componentes mais essenciais, deu a ela uma vantagem competitiva.

O gigante adormecido e o dragão que voa rápido

China

O relatório do CNAS escancara um paradoxo assustador. O Pentágono reconhece a ameaça dos drones há quase uma década, investiu bilhões de dólares em sistemas de defesa, mas a burocracia e a falta de urgência impedem que a solução atinja a escala necessária. É como tentar apagar um incêndio florestal com um balde de água. A urgência se choca com a lentidão dos processos de aquisição de Washington.

A situação é ainda mais grave quando se olha para o principal adversário estratégico: a China. O Exército de Libertação Popular (ELP) entendeu o recado. Eles não estão apenas desenvolvendo, mas também produzindo e comprando drones em escala industrial, com um foco especial em sistemas autônomos. A ameaça aqui não é um ou dois drones, mas a possibilidade de ataques em massa, os chamados enxames de drones, que podem sobrecarregar, e por fim, colapsar as defesas americanas. O risco não é teórico, o relatório sugere que, sem uma mudança radical, os Estados Unidos poderiam até perder uma guerra por Taiwan, tamanha a capacidade de saturação que os enxames de drones representam.

Para combater essa ameaça o documento sugere uma abordagem de múltiplas camadas, focada na resiliência operacional. Em vez de tentar abater todos os drones, as forças armadas americanas precisam ser capazes de absorver ataques e continuar com suas missões. A respostas não pode vir de um único sistema, mas de uma combinação de defesas. É preciso ampliar o estoque de interceptadores de baixo custo para capacitar todas a unidades a se defenderem dos drones e investir em novas tecnologias que realmente possam mudar o jogo.

O futuro da Inteligência Artificial no meio militar e as armas de energia

É aqui que a visão do relatório se torna mais futurista. Ele sugere que para enfrentar a ameaça dos drones, os Estados Unidos precisam fazer uma aposta ousada em duas áreas: Inteligência Artificial e Armas de energia direcionada.

A IA para o Pentágono não é um luxo, mas uma necessidade. Ela pode processar informações de sensores de forma instantânea e orquestrar defesas e contra-ataques complexos. Já as armas de energia direcionada, como os lasers e as micro-ondas de alta potência (HPM) são vistas como uma verdadeira “bala de prata” contra os drones. Em vez de gastar um míssil para cada drone, uma arma HPM pode fritar a parte eletrônica de dezenas de drones em um único disparo, de forma barata e sustentável.

O relatório do CNAS é um grito de alerta. Ele mostra que a guerra tecnológica está evoluindo a uma velocidade impressionante e que o domínio militar dos Estados Unidos, que parecia intocável, está perto de um xeque. A corrida armamentista do século XXI não será vencida por quem tiver os maiores caças, mas por quem dominar a tecnologia dos drones e das defesas antiaéreas. E no momento, a China parece estar á frente. A pergunta que fica é: os Estados Unidos vão acelerar para recuperar o terreno perdido ou vão permitir que a era de sua supremacia aérea chegue ao fim?

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Conteúdo elaborado e revisado pela redação do ClicaTech.  Pode conter tradução com auxílio de Inteligência Artificial.